
Joachim Phoenix e Gwyneth Paltrow, no filme “Amantes”, de James Gray.
Nesta semana, encontrei mais um personagem-fotógrafo no cinema, no filme Amantes, de James Gray, com Isabella Rossellini, Gwyneth Paltrow e Joachim Phoenix (é o filme que ele foi divulgar no David Latterman, barbudo e quase catatônico). É a história de um jovem com tendências suicidas, dividido entre uma boa moça e a mulher que ama, entre os negócios da família, o ócio e a fotografia. É bom, vale a pena ver.
A fotografia é só um detalhe no filme, mas lembrei de uma pergunta que fiz recentemente ao Fernando de Tacca (que tem pesquisado obras do cinema e da literatura atravessadas pela fotografia): Por que os fotógrafos dos filmes e dos livros são sempre complexos, enigmáticos, introspectivos, perturbados? Exemplos: o paranóico Martin de A Prova, o atormentado Aleksander de Antes da Chuva, o aventureiro Russell de Sob Fogo Cerrado, o arrogante Thomas de Blow-up (personagem que, apesar de todos os fracassos morais e afetivos, levou muita gente a querer ser fotógrafo).
Ao que parece, a fotografia é um ingrediente que ajuda a dar profundidade aos personagens. Faz algum sentido: é uma atividade solitária, fonte de experiências (fotógrafo sempre tem histórias pra contar), que sempre se dá no embate entre a pulsão das emoções e a responsabilidade da comunicação.
Mas a questão que mais me intriga: por que fotógrafos são incompetentes – no mínimo, complicadíssimos – para os relacionamentos amorosos. Quem souber, responda!
Quem quiser ver o texto de Fernando de Tacca, está publicado na revista eletrônica Studium, sob o título “Fotografia e Cinema: Intertextualidades“. Em breve, ele deve publicar uma nova pesquisa sobre Fotografia e Literatura, que já foi mostrado no último Intercom.
Quanto aos filmes, vários deles nunca foram lançados em DVD. Garimpando, dá pra achar em VHS, ou no submundo das redes.
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