Como navegar?
Esta seção propõe aos educadores alguns temas ligados à cultura das imagens que podem ser trabalhados com seus alunos. Dentro de cada tema, propomos uma série de rotas composta de:
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Apresentação: colocação inicial de um problema que merece ser pensado.
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Artigos do Icônica: leituras indicadas aos educadores que permitem tomar contato com abordagens diversas de cada um dos temas.
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Questões para a sala de aula: perguntas que podem guiar o debate em sala de aula.
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Para pensar com os artistas: sugestão de trabalhos de artistas contemporâneos que podem estimular o debate.
ROTAS
Coordenação: Claudia Linhares Sanz
Pesquisa: Letícia Marotta, Ronaldo Entler e Cláudia Linhares Sanz
Porque falar das imagens na escola?
As imagens são mundo; o nosso mundo. Provavelmente como nunca antes.
Os olhares contemporâneos confrontam, a todo instante, imagens de muitos tipos: virtuais ou atuais; televisionadas ou emitidas pelos aparelhos móveis de telecomunicação; visíveis nos outdoors de propagandas, presentes nas entrelinhas das lógicas do marketing; matéria básica das redes sociais e da informação; capital de venda e de troca; de sonho e de miséria. Imagens que fazemos ou que compramos; imagens que gostamos, mas que não entendemos; imagens que nos páram e que nos movimentam; imagens que nos cegam ou que nos sequestram. Imagens dos jornais; da tv; do youtube; do cinema, dos celulares, das redes sociais, dos jogos.
O regime atual das imagens, potencializado pelas novas tecnologias da comunicação, desempenha um papel fundamental nas configurações do que somos — nos modos de nos constituirmos como sujeitos, nas maneiras de nos relacionarmos, nos jeitos de conhecer, pensar e criar. As imagens constituem uma espécie de centro de gravidade da atualidade, tecem sujeitos, tecem poder, tecem resistências, entrelaçam insistências.
Como, então, deixá-las fora da escola?
Se as imagens nos acordam ou nos fazem dormir; se elas nos embriagam ou nos tornam, por vezes, mais lúcidos é porque já não é possível pensar o mundo sem elas. Dentro ou fora da escola, elas tornaram-se objetos fundamentais do que somos hoje.
Falam e são mundo, contam e fazem história. Arquivam e narram – nos fazem lembrar e esquecer; nos fazem aprender e ignorar. Se nossa cultura é cada vez mais uma cultura da imagem, então não há como construir uma educação que dialogue com a realidade, sem a presença da imagem.
Educar com as imagens?
Em nossas circunstâncias históricas, o educador se vê diante da exigência de lidar com a realidade concreta da cultura contemporânea e de exercer sobre ela uma prática transformadora. Assim, o educador se vê, hoje, diante da exigência de lidar com a realidade concreta da cultura contemporânea e de exercer sobre ela uma prática transformadora. Em nossas circunstâncias históricas, a formação humana na sociedade atual exige da escola profundas reformulações, tanto para abrigar uma crítica à cultura imagética quanto para potencializar, por outro lado, a riqueza e a diversidade das tecnologias da imagem.
O desenvolvimento de formas críticas de leitura da imagem não é um simples acréscimo ao currículo tradicional, mas uma prática cada vez mais necessária na formação dos educadores, de seus saberes e habilidades.
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Porque a história das imagens é a história do nosso mundo
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Porque elas são capazes de abrigar pensamentos singulares
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Porque a história das técnicas é também a história das expressões artríticas
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Porque as imagens ensinam de um modo que os textos não
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Porque viajamos pelo Brasil por meio de suas imagens
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Porque construímos bagagens com elas, entre países e passados; presentes e futuros
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Porque não existe memória sem imagem, nem imagem sem esquecimento
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Porque na imagem surgem fotografias e filmes, literatura e pinturas