Pio Figueiroa | 22.jul.2017
O Pior é infinito é uma manifestação crítica aos acontecimentos mais recentes na vida de nosso país. São séries desenvolvidas como reação a um Brasil que faz prevalecer as estruturas de exploração inerentes à nossa história, solapando alguns dos lampejos emancipatórios que experimentamos nas últimas décadas. Cada fotografia dessa coleção é uma expressão fragmentária sobre o que percebo vivendo em um estado de golpe. O referente dessa pesquisa são as imagens publicadas nas redes sociais, arena expressiva, imagética e prenhe de sintomas de nossa atualidade. Em uma distância que coloca a
Leia Mais Rubens Fernandes Junior | 5.ago.2016
Sem dúvida, Lily Sverner é uma artista que pertence a seu tempo; um tempo presente condicionado pelos ecos do passado. Ela vê o mundo sem pressa. Vê e registra seu momento como se buscasse suspender a passagem do tempo. Cada uma das suas fotografias parece muito mais com um fluxo contínuo de lembranças vividas com intensidade. Para ela, a fotografia se tornou uma fantástica ferramenta para exaltar o que surge e desaparece na incrível velocidade cotidiana. Mas, Lily não tem pressa. Em suas imagens nos deparamos com a interrupção de
Leia Mais Pio Figueiroa | 25.maio.2015
No próximo dia 27 de maio, entra em cartaz a exposição Ver do Meio, um trabalho de Nelson Brissac, que provocou três fotógrafos a apreender uma cidade que “não se dar a ver”. Faço parte desse grupo ao lado de Arnaldo Pappalardo e Mauro Restiffe. São Paulo, com sua trama urbana que não garante precisões, nos levou a uma fotografia que se fez na rua, no embate do corpo com a cidade. Nelson Brissac publica aqui no Icônica seu texto curatorial acompanhado de algumas imagens que estarão expostas. © Arnaldo Pappalardo Ver
Leia Mais Ronaldo Entler | 27.abr.2015
Há a história que construímos e há a história que se inscreve nas coisas. Suas temporalidades são distintas: a primeira tem a ansiedade de agenciar a memória das próximas gerações, a segunda se produz independentemente de haver quem a interprete. Uma se afirma pela grandiloquência dos monumentos, a outra se faz simplesmente disponível no silêncio das ruínas. Uma é a que gostaríamos de deixar como herança, a outra não se permite possuir, porque trata exatamente de desapropriações. Uma fala de conquistas, a outra fala invariavelmente de perdas. Um tanto da
Leia Mais Ronaldo Entler | 15.mar.2015
Travessia [Texto para o livro e a exposição Travessia, de Guilherme Maranhão] Foi preciso uma longa gestação, cerca de vinte anos, para que uma película virgem se revelasse grávida justamente do tempo. Guilherme Maranhão, que nesses mesmos vinte anos desenvolveu um gosto particular por técnicas impuras, logo percebeu que ali havia uma imagem latente. Não teve pressa em fazê-la aparecer. Mais do que se apropriar, deixou que essa imagem atravessasse sua história. Partiu em busca de lugares que pudessem sediar esse encontro. Com essa película em sua câmera, percorreu estradas
Leia Mais Ronaldo Entler | 30.ago.2014
Uma medida para o debate sobre o grande formato O grande formato na fotografia é um fenômeno, não propriamente uma questão. É fenômeno no sentido de ser algo que aparece, que se manifesta, que é perceptível na produção das últimas décadas: notamos a recorrência de imagens de grandes dimensões e, na média, um visível aumento na escala das obras mostradas nas feiras e galerias de arte. Não é uma questão porque não parece haver nesse processo uma busca ou uma pergunta configurada de modo minimamente uniforme, não é algo que
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