MARIANA ANDRADE | Iris

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Iris
Depois de lançadas ao mundo, as imagens tem vida própria. Elas se desprendem de suas superfícies, fragmentam-se, transbordam sobre territórios alheios, contaminam-se entre si e, quando parecem definitivamente dissolvidas, seus resíduos ainda se mostram vivos, compondo então um imaginário menos palpável, mas que é capaz de realimentar esse ciclo. Quando todas as imagens se tornam disponíveis e se atiram sobre nossos olhares, é preciso esquecê-las muito rapidamente para que as imagens subsequentes pareçam portar algo de novo. Esse é o momento em que a arte, mais do que alimentar a nostalgia de uma originalidade perdida, sente-se convocada a produzir uma arqueologia desses acontecimentos efêmeros da cultura para e investir neles um pouco de pregnância, uma possibilidade de sobrevivência. Deter por instantes o fluxo das imagens, segurá-las delicadamente entre os dedos enquanto elas atravessam pelo olhar, deixar que elas se combinem e se reinventem, para logo em seguida devolvê-las ao mundo – gestos simples que em outros tempos não ousaríamos chamar de criação – tornam-se agora uma intervenção crítica poderosa.
Íris é o mecanismo que permite à visão se adaptar a luminosidade das coisas. Mas é também uma entidade feminina inventada a partir de personagens de filmes de Almodovar, de Sofia Coppola e de Jean-Pierre Jeunet. A narrativa visual que Mariana Andrade constrói a partir da memória desses filmes toma forma em experimentos com tinta acrílica e plástico, fotografias de alimentos, colagens com intervenção de aquarela e risografia. O resultado pode ser encontrados na forma de zine em diversas feiras de arte impressa ou como lambe-lambes colados nas paredes da cidade.
[Ronaldo Entler]
Mariana Andrade é bacharel em Design pela ESPM. Como artista visual e designer, utiliza as linguagens estéticas e gráficas a favor da construção e desconstrução de imagens pertencentes à cultura de massa e o valor da mulher na sociedade contemporânea, em trabalhos que foram mostrados em diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e na Espanha. Com o seu trabalho Íris também participou do Fórum AWID 2016 – forúm internacional ativista pela defesa dos direitos das mulheres e justiça social. Atualmente, vive em São Paulo e é responsável pelo selo independente Íris Editora, participando continuamente de feiras de arte impressa pelo Brasil afora.
Site: http://cargocollective.com/iriseditora

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