Não me preocupam tanto os anos, quanto os dias, porque estes cabem em qualquer fresta. Para procurar os lugares secretos do tempo, elaboro mapas, coleto amostras da minha existência, trabalho com ações, observo as acumulações, coleciono o inútil e esmiuço o cotidiano, uma e outra vez.
Dessa investigação, surgiram as primeiras imagens de Territórios Perecíveis. Ora um registro da minha busca pelos dias que passam, ora uma coleção de vestígios de um pequeno pedaço de uma vida. Fragmentos de um existir mundano, que, mais que a entendimentos, nos convidam a narrativas.
Um trabalho que tenta encontrar no diálogo entre fotografia, poesia, objeto e performance as formas próprias do tempo. Imagens que se recusam a uma disposição linear, que escolhem o movimento e pedem para serem arranjadas em uma constelação que lhes permita abrir-se a caminhos infinitos, ficções múltiplas e a sentidos móveis.